Morreu às 10 horas, no Hospital Walfredo Gurgel, onde estava internada desde quarta-feira, a educadora da Creche Nossa Senhora da Esperança, em Natal, Sônia Maria Siqueira, de 50 anos.
Sônia, como quase duas mil pessoas, era funcionária do Meios e estava sem receber salários desde outubro.
Mãe de 6 filhos, um sendo portador de necessidades especiais, Sônia enfrentava, sem dinheiro para comprar remédios há 6 meses, o câncer do marido que morreu há pouco mais de 15 dias.
Muito peso para uma pessoa só, que olhava para um lado e para o outro, e se via impotente para solucionar tantos problemas.
Na esperança de receber os atrasados, como prometera o governo do Estado, Sônia ia todos os dias a uma agência do Banco do Brasil tirar o extrato de sua conta bancária.
A cada consulta, sem sucesso, saldo negativo, mais teor na carga excessiva de estresse.
Quarta-feira Sônia sofreu um enfarte. Ontem teve morte cerebral anunciada pelos médicos. Hoje morreu.
A história de Sônia merece a reflexão dos políticos, se é que eles refletem quando o assunto é...povo.
Mais do que ela, uma família inteira foi destruída. Morreu o chefe da casa, morreu a fortaleza da casa, e se acavaram as esperanças dos filhos que ficaram órfãos de pai e de mãe em menos de 20 dias.
Triste realidade. O corpo de Sônia será velada em sua casa, no bairro do Bom Pastor.
O enterro será amanhã, às 9 horas, no cemitério do mesmo bairro.
O domingo, dia tradicional da família, marcará o fim da família da servidora do Meios. Servidora que trabalhava, que educava crianças. Que não era apenas um nome na lista para receber uma boa gratificação no final do mês.
Fonte: Thaisa Galvão
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